
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou uma nota na quinta-feira (15/05) informando que foi detectada a presença do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP), comumente chamada de gripe aviária, em uma granja comercial, no município de Montenegro, na região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Essa é a primeira vez que a doença contamina aves de produção comercial, até então, só tinham sido confirmados casos em propriedades rurais particulares, para a criação doméstica.
Conforme previsto no plano nacional de contingência para o enfrentamento da gripe aviária, todas as aves foram sacrificadas, para prevenir uma disseminação maior da doença, e a área da granja foi isolada. Além disso, a Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul vai investigar se há outros casos em um raio inicial de 10 km a partir do local onde foi confirmada a contaminação.
O ministério esclarece, mais uma vez, que o vírus H5N1 não é transmitido pelo consumo de carne de aves nem de ovos. “A população brasileira e mundial pode se manter tranquila em relação à segurança dos produtos inspecionados, não havendo qualquer restrição ao seu consumo. O risco de infecções em humanos pelo vírus da gripe aviária é baixo e, em sua maioria, ocorre entre tratadores ou profissionais com contato intenso com aves infectadas (vivas ou mortas)”, diz a nota emitida pelo governo.
Após a notícia ser divulgada, nesta sexta-feira (16/05), China e União Europeia anunciaram a suspensão da importação de carne de frango do Brasil por 60 dias.
Todos os casos já detectados ou em investigação no Brasil podem ser acompanhados através de uma plataforma online que mostrando os focos da gripe aviária no país.
A gripe aviária
O vírus H5N1, que provoca a gripe aviária, é altamente contagioso. Poucos dias após a contaminação, os sintomas já ficam visíveis, como paralisia e inchaço de partes do corpo, e vários órgãos param de funcionar. O sistema neurológico é comprometido e os animais começam a apresentar tremores. A taxa de mortalidade chega a 90%.
As aves migratórias, principalmente as aquáticas, são apontadas como as principais responsáveis pela transmissão da gripe aviária.
Em maio o governo federal declarou emergência zoossanitária no país e criou um Centro de Operações de Emergência para coordenar ações nacionais, envolvendo os ministérios da Agricultura e Pecuária, do Meio Ambiente e da Saúde.
Recomendações à população
– Apesar de rara, pode haver a transmissão da influenza aviária para o homem, por meio do contato direto com aves doentes ou mortas ou ainda por água e objetos contaminados;
– Não toque ou recolha aves suspeitas, doentes ou mortas;
– Apesar de rara, pode haver a transmissão da influenza aviária para o homem, por meio do contato direto com aves doentes ou mortas ou ainda por água e objetos contaminados;
– Se notar uma ave com sintomas como tremor, andar cambaleante ou dificuldade respiratória, comunique às autoridades ambientais de sua cidade ou o Serviço Veterinário Oficial, por meio dos contatos disponíveis aqui e/ou pelo e-Sisbravet.
Orientações a produtores
- Intensificar as medidas de biosseguridade
- Proibir terminantemente qualquer tipo de visita às unidades de produção
- Conferir cercamento de núcleo e telamento de galpão
- Manter o portão de o da propriedade fechado
- Desinfecção de veículos em pleno funcionamento
- Desinfecção de materiais que em a granja
- Uso de roupas e calçados exclusivos no o à granja
- Pedilúvio no o aos núcleos e aos galpões
- Realização de vazio sanitário
- Cuidados com a ração
- Cuidados com a água (fonte de qualidade, tratamento, reservatórios íntegros e cobertos)
- Controle de pragas
- Treinamento de equipe
- Restringir criação de aves pelos funcionários
- Evitar visitas em locais com aves silvestres
- Ausência de outras aves na propriedade
- Se participou de evento relacionado ao setor, cumprir vazio sanitário de 72 horas
- Se participou de outro tipo troca de roupas e cumprir os protocolos de biosseguridade
- Entre outras ações, reforçando todas as medidas adotadas, conforme aInstrução Normativa do MAPA nº 56/2007.
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Foto de abertura: freepik