Thomas Dambo une arte e sustentabilidade. Da sua mente criativa e de suas mãos talentosas surgem gigantescas esculturas de trolls, criaturas mitológicas que viveriam nas florestas e povoam as lendas e histórias nos países escandinavos.
Todos os seres mágicos criados por Dambo recebem um nome. Gro é uma andarilha. Todo outono ela desaparece, mas na primavera ela volta para a floresta. Em seu retorno, caminha para garantir que todos os amigos sejam alimentados. Depois de correr para pegar alguns raios de sol e um punhado de gotas de chuva, ela cria um banquete na floresta.
Já Rovska, na imagem que abre este post, todos os dias sobe em direção ao céu e, a cada ano, fica mais alta. Se os outros trolls esquecem alguma coisa, eles sempre podem perguntar a Roskva – ela conta as estações e se lembra de tudo o que acontece ao seu redor.
Ao contrário daqueles que acreditam que os Trolls são personagens que aterrorizam os seres humanos, para o artista dinamarquês, esses seres são gigantes gentis. Com cerca de 10 metros de alturas, as esculturas levam várias semanas para ficarem prontas. Seus membros são feitos de paletes de madeira, os corpos e outras feições mais detalhadas são pedaços de móveis descartados.
Gro, em sua posição de meditação
Desde muito jovem Dambo se mostrou uma mente inquieta. Na juventude, experimentou a arte de rua e o movimento hip-hop. E foi vendo o trabalho do pai, que em um ponto da vida consertava bicicletas, que o artista percebeu o valor da reciclagem e a importância de dar um novo significado ao que muitos acreditavam ser apenas “lixo”.
As obras de Dambo podem ser vistas em vários países. Seus trolls podem ser vistos nos Estados Unidos, Porto Rico, Bélgica, Inglaterra, China e obviamente, em sua terra natal, a Dinamarca. Geralmente estão escondidos no meio de florestas.

Hanna tem um rabo com mais de 120 metros, que percorre a floresta
Uma de suas mais recentes instalações de trolls foi feita na Austrália, a aproximadamente uma hora da cidade de Perth. Os Gigantes de Mandurah – Little Lui, Vivi Cirklestone, Seba e Santi Ikto – estão espalhados numa trilha. Juntos, eles contam a história da criação do povo aborígene Bindjareb Noongar e como surgiram os cursos de água e os pântanos da região.
“Para mim, os trolls representam a voz da natureza. Às vezes, eles podem ser gentis e quietos. Outras vezes, eles podem ser realmente violentos e brutais, e é assim que a natureza é. Se você não tomar cuidado, a natureza vai derrubar toda a sua casa”, disse Dambo em entrevista ao jornal The Guardian.
A escultura Mamma Mimi, no Rendevouz Park, Jackson Hole, EUA
Søren é um troll muito curioso; sua cabeça está sempre girando, procurando lugares cada vez mais altos. Ele sonha em flutuar em uma nuvem no céu e, quando o vento sopra, ele adora comemorar com uma dança
*Com informações do Sydney Morning Herald, Coastal Maine Botanical Gardens e Good News Network
Fotos: divulgação Thomas Dambo