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Ecossistema rico em vida marinha é descoberto em área onde iceberg se desprendeu na Antártica

Ecossistema rico em vida marinha é descoberto em área onde iceberg se desprendeu na Antártica

Em 13 de janeiro de 2025, um iceberg gigante, quase do tamanho da cidade de Brasília, se desprendeu da geleira George VI na Antártica. Coincidentemente, na mesma época uma equipe de pesquisadores internacionais do Schmidt Ocean Institute realizava uma expedição na região, e decidiu explorar a área onde a imensa plataforma de gelo tinha acabado de se romper. O que eles encontraram ali surpreendeu a todos.

“Não esperávamos encontrar um ecossistema tão bonito e próspero. Com base no tamanho dos animais, as comunidades que observamos estão lá há décadas, talvez até centenas de anos”, revela Patricia Esquete, pesquisadora do Centro de Meio Ambiente e Estudos Marinhos e do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro, em Portugal.

Os cientistas fizeram um estudo detalhado da geologia, oceanografia física e biologia abaixo da área de aproximadamente 510 km2, que até há pouquíssimo tempo era coberta – e protegida -, pelo gelo. Durante oito dias, com o auxílio de um robô subaquático, eles também gravaram imagens e tiraram fotos da vida marinha a cerca de 1.300 metros de profundidade.

Ecossistema rico em vida marinha é descoberto em área onde iceberg se desprendeu na Antártica
Uma água-viva-capacete flutua com tentáculos abertos no Mar de Bellingshausen, na Antártica
Foto: ROV SuBastian / Schmidt Ocean Institute

Segundo os cientistas, grandes corais e esponjas são o lar de uma diversidade enorme de animais, como peixes-gelo, aranhas marinhas gigantes e polvos. Acredita-se que muitas das espécies observadas durante a expedição possam ser novas para a ciência.

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“Estar lá quando este iceberg se desprendeu da plataforma de gelo apresentou uma rara oportunidade científica. Momentos de sorte como esse fazem parte do entusiasmo da pesquisa no mar – eles oferecem a chance de ser o primeiro a testemunhar a beleza intocada do nosso mundo”, destaca Jyotika Virmani, diretora executiva do Schmidt Ocean Institute.

Ecossistema rico em vida marinha é descoberto em área onde iceberg se desprendeu na Antártica
Patricia Esquete analisa uma possível nova espécie suspeita de isópode
Foto: Alex Ingle / Schmidt Ocean Institute
Ecossistema rico em vida marinha é descoberto em área onde iceberg se desprendeu na Antártica
Um hidróide (relacionado a corais, águas-vidas e anêmonas) a aproximadamente 380 metros de
profundidade em área que até então era coberta pela plataforma de Gelo George VI
Foto: ROV SuBastian / Schmidt Ocean Institute

Apesar das boas notícias, o grupo alerta que o despreendimento desse bloco enorme de gelo evidencia o gradual aumento da temperatura no continente antártico.

“A perda de gelo da Antártica é um dos principais contribuintes para o aumento do nível do mar em todo o mundo”, ressalta Sasha Montelli, uma das cientistas líderes da expedição, pesquisadora do University College London (UCL), do Reino Unido. “Nosso trabalho é crítico para fornecer contexto de longo prazo para essas mudanças recentes, melhorando nossa capacidade de fazer projeções de mudanças futuras, que podem informar políticas acionáveis. Sem dúvida, faremos novas descobertas à medida que continuamos a analisar esses dados vitais.”

Imagem aérea mostra o bloco de gelo que se desprendeu da plataforma antártica
Foto: NASA

*Com informações e entrevistas contidas no texto de divulgação do Schmidt Ocean Institute

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Foto de abertura: ROV SuBastian / Schmidt Ocean Institute

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