
Uma denúncia levou equipes das Polícias Militar e Ambiental do Amazonas na terça-feira (04/02) até uma casa no município de Santo Antônio do Içá, a 880 km de Manaus, onde foi encontrado um filhote de onça-pintada (Panthera onca) sendo criado como um animal de estimação.
Segundo os policiais, o homem que mantinha a onça em cativeiro afirmou que teria encontrado o filhote durante uma caçada há cerca de oito meses e decidiu levá-la para casa. Ao ser informado que estava cometendo um crime ambiental de posse ilegal de animal silvestre, ele a entregou.
O filhote é um macho, que tem cerca de oito meses de idade, ou seja, era recém-nascido quando foi retirado da vida selvagem, e ainda está sendo amamentado. Chamado de Golias, ele acabou se tornando dócil na presença de humanos, o que dificulta uma possível reintrodução na natureza.
A onça apreendida está sob a custódia da Secretaria de Meio Ambiente e ou por uma avaliação veterinária, onde foi atestado que ela apresenta boas condições de saúde. Entretanto, devido à falta de estrutura local para os cuidados adequados ao animal em Santo Antônio do Iça – para surpresa de todos -, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) do Amazonas foi retornado temporariamente para a residência do infrator.
“A medida deve ser revertida tão logo seja possível, pois a condição de animal doméstico não é compatível com a legislação ambiental para a espécie em questão”, explica Joel Araújo, superintendente do Ibama (AM).
Representantes do órgão e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) estão buscando um local definitivo para a onça-pintada. “Um dos desafios é o traslado, visto que o município fica a 880 quilômetros da capital, Manaus, e sem aeroporto próximo. A ideia é articular parceria com instituições com expertise para transportar animais dessa espécie em segurança e, preferencialmente, por via aérea”, informou o Ibama em nota.
Infelizmente, a princípio, considerando o histórico e comportamento de Golias, já acostumado com cuidados humanos, acredita-se que talvez ele precise ser encaminhado a ambiente de cativeiro, a exemplo de zoológico, criadouro científico ou mantenedor de fauna. “Caso seja avaliada a possibilidade de reabilitação do espécime, será implementado um programa de longo prazo, a fim de prover condições para o animal sobreviver de maneira independente para, enfim, ser solto em seu habitat”, diz o Ibama.
———————
Acompanhe o Conexão Planeta também pelo WhatsApp. e este link, inscreva-se, ative o sininho e receba as novidades direto no celular
Foto de abertura: reprodução vídeo Polícia Militar do Amazonas