Cinco anos após a morte de mais de 300 elefantes em um parque de Botsuana, uma nova tragédia ambiental ocorre no continente africano. Dessa vez mais de 50 hipopótamos foram encontrados sem vida no Virunga National Park, na República Democrática do Congo. Segundo as autoridades locais os animais foram vítimas de um surto de antraz, uma doença causada pela bactéria Bacillus anthracis
As carcaças dos hipopótamos foram descobertas ao longo do rio Ishasha, que desagua no lago Edward, e separa o Congo de Uganda, o que provoca uma preocupação ainda maior sobre a extensão da possível contaminação da água.
O antraz é uma doença letal, que pode ser transmitida também para os seres humanos. A bactéria, encontrada naturalmente no solo, pode permanecer viva por anos. Ela pode formar uma carapaça protetora, chamada esporo. E a infecção se dá através desses esporos, seja pela penetração deles na pele com lesões, inalação ou por ingestão de alimento contaminado.
Segundo reportagem da Agência de Notícias Reuters, outros grandes animais também teriam morrido, entre eles, búfalos.
O Instituto de Conservação da Natureza do Congo divulgou uma nota alertando moradores da região a evitar contato e comer carne de animais selvagens e só beber água fervida.
“Embora esta doença afete principalmente a fauna selvagem, ela representa um risco potencial de transmissão para humanos e animais domésticos”, declarou a agência que istra os parques nacionais do Congo.
A morte dos hipopótamos em Virunga afeta o programa de conservação da espécie, que foi praticamente dizimada do parque no ado por causa da caça ilegal e dos impactos da guerra civil no país. Em 2006, estimava-se que apenas algumas centenas desses animais viviam no parque em comparação a mais de 20 mil em décadas anteriores. Atualmente a população tem cerca de 1.600 indivíduos.
Localizado na borda leste da Bacia do Congo, o Parque Nacional de Virunga, com quase 8 mil km2, é uma área protegida, com a maior biodiversidade da África, lar de mais de mil espécies de mamíferos, pássaros, répteis e anfíbios, bem como 1/3 da população global de gorilas-das-montanhas.
*Com informações adicionais do site DNE Africa
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Foto de abertura: Herbert Bieser from Pixabay
