Políticas públicas voltadas a economia solidária e outros temas correlatos, elaboradas e promovidas em âmbito local pelos estados e municípios brasileiros, são importantes contribuições para imaginarmos, e semearmos, um país mais inclusivo, com justiça social e cuidado com o meio ambiente. Ainda mais neste momento que o país vive, em que o governo federal avança em direção oposta.
Hoje, destaco o estado do Mato Grosso, que desenvolve uma iniciativa voltada a escolas públicas do campo com apoio a projetos de educação ambiental e economia solidária.
A intenção do Projeto Educação Ambiental e Sustentabilidade é subsidiar projetos ambientais que ampliem as aprendizagens essenciais dos estudantes, contribuindo para estabelecer conexões entre os componentes curriculares da Base Comum Nacional Curricular e a parte diversificada das ciências e saberes do campo.
O edital para seleção de projetos, lançado pela Secretaria de Educação do Estado do Mato Grosso (Seduc-MT) por meio da Superintendência de Diversidade/Coordenadoria de Educação do Campo e Quilombola, selecionou 40 escolas, localizadas em todas as regiões do estado, que vão agora implementar seus projetos.
A assessoria técnica da Coordenadoria realiza o acompanhamento e promoverá, em conjunto com as escolas, as avalições da implementação dos projetos.
A iniciativa destina R$ 220 mil para a implementação das ações propostas pelas escolas, desenvolvidas em eixos temáticos como economia solidária, reflorestamento de áreas degradadas, proteção de nascentes e cursos d’água, agroecologia, apicultura, arborização de ambientes, construção de orquidário, reciclagem, segurança alimentar e reaproveitamento de alimentos.
Protagonismo para semear um futuro melhor
A Seduc-MT destaca que “os projetos também são uma oportunidade para que, interdisciplinarmente, os estudantes desenvolvam competências como conhecimento, empatia, cooperação, criatividade, pensamento crítico, comunicação, inovação e planejamento, que corresponderão em ações e posturas responsáveis frente aos problemas ambientais que afetam a comunidade. ”
O Programa descreve, entre seus objetivos específicos, proporcionar o desenvolvimento de habilidades e competências como empreendedorismo, criatividade, inovação, organização, planejamento, responsabilidade, liderança, colaboração, curiosidade científica e protagonismo infantil, entendidos como essenciais ao desenvolvimento pessoal, cidadania ativa, empregabilidade e inclusão social.
E vai além: busca propiciar a vivência e o contato com os recursos naturais, valorizar a cultura do campo; avaliar o local em relação a impactos ambientais negativos na escola ou na comunidade e propor soluções para minimizar o problema; promover a aprendizagem colaborativa, desenvolvendo nos estudantes a capacidade de trabalhar em equipe e aprenderem juntos.
Ou seja, habilidades muito necessárias no mundo em que vivemos hoje, que podem ajudar as novas gerações a terem protagonismo na criação de um futuro ambiental e socialmente mais justo.
O projeto promove oportunidades para a valorização da ciência e dos saberes do campo, e também para o aprendizado comunitário e implementação de soluções com potencial para despertar nos estudantes o espírito empreendedor e comunitário.
Ainda merece elogio a transparência dada ao projeto no site da Seduc-MT, que disponibiliza todos os documentos relacionados ao processo.
Assim, de ponto em ponto, como na acupuntura, quando municípios e estados avançam no sentido de promover o o e a construção coletiva de conhecimento e soluções para questões territoriais, contribuem também para imaginarmos que um país mais próximo do século XXI é possível.
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