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Mel, peixe-boi resgatada ainda filhote em 2004 e reintroduzida anos depois, é avistada com primeiro filhote

Mel é a prova viva da importância do trabalho de reintrodução de espécies. E a recompensa para dezenas de pesquisadores e outros profissionais envolvidos em projetos de resgate, reabilitação e soltura na natureza de tantos animais. A peixe-boi foi avistada há algumas semanas, na praia do Poço, no litoral de Cabedelo, na Paraíba, com seu primeiro filhote.

No final do ano ado, a fêmea tinha sido observada em comportamento de acasalamento na praia do Bessa, em João Pessoa. E há três semanas, durante um monitoramento de campo, os técnicos do Projeto Viva o Peixe-Boi-Marinho e da Área de Preservação Ambiental (APA) da Barra do Rio Mamanguape encontraram Mel e seu filhote.

Segundo avaliações iniciais, feitas à distância, o pequeno peixe-boi parece bem e saudável, sendo amamentado pela mãe. O monitoramento será realizado diariamente já que nessa faixa etária a espécie é mais vulnerável.

“Este registro representa o primeiro nascimento no estado da Paraíba de um filhote de peixe-boi-marinho proveniente de uma fêmea reintroduzida, sendo um dos principais indicadores de sucesso do Programa de Reintrodução da espécie no Brasil. Uma notícia muito animadora e que vem ratificar a importância de anos de pesquisa e trabalho pela conservação da espécie no país. O litoral da Paraíba é um dos poucos lugares no Brasil onde é possível avistar peixes-bois-marinhos em ambiente natural, tanto nativos quanto aqueles que foram reabilitados e posteriormente soltos”, afirmou a equipe do projeto em suas redes sociais.

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A peixe-boi Mel foi achada encalhada, ainda filhote, na praia de Ponta Grossa, em Icapuí, no Ceará, em 2004. Foi então transferida para o Centro de Mamíferos Aquáticos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), localizado na Ilha de Itamaracá, em Pernambuco. Lá ela permaneceu durante cinco anos, em processo de reabilitação.

Em 2009, quando uma avaliação mostrou que ela estava pronta para sobreviver sozinha na vida selvagem, Mel foi solta no estuário na APA da Barra do Rio Mamanguape. Dez anos depois, em 2019, a fêmea se deslocou para o litoral de Cabedelo, onde vive desde então.

 

peixe-boi

Mel, no litoral da Paraíba

Extremamente dóceis, os peixes-bois-marinhos (Trichechus manatus) chegam a medir 4 metros de comprimento e pesar até 800 kg. Herbívoros, se alimentam de algas marinhas e folhas de mangue, e ainda de uma planta chamada capim-agulha, daí ter recebido o nome popular de peixe “boi”.

Estima-se que na costa entre o Alagoas e o Piauí existam cerca de 1.100 indivíduos da espécie, que infelizmente, entre os mamíferos aquáticos, é considerada a que mais corre risco de extinção.

Entre suas principais ameaças estão a captura acidental em redes de pesca, perda de habitat e a ocupação costeira desordenada. 

Um peixe-boi-marinho se alimentando de capim-agulha

Os profissionais do Projeto Viva o Peixe-Boi-Marinho ressaltam que, ao encontrar um desses animais, as pessoas devem manter uma distância apropriada: “Apenas ire de longe; não toque, não alimente e nem forneça bebida aos animais”.

Se você perceber que um peixe-boi está em perigo, machucado ou encalhado no litoral da Paraíba, entre em contato com o Projeto Viva o Peixe-Boi-Marinho pelos telefones: (83) 99961-1338/ (83) 99961- 1352 (Whatsapp).

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Fotos: divulgação Projeto Viva o Peixe-Boi-Marinho

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