Em um referendo realizado no último final de semana, a população de Paris votou para que veículos pesados, com mais de 1,6 tonelada, paguem o triplo para estacionar na cidade. O principal foco da medida são os chamados SUVs, sigla em inglês para Sport Utility Vehicle, ou seja, veículo utilitário esportivo. Em geral esses carros são maiores do que as demais categorias.
Apesar de a proposta apresentada pela prefeitura sob a istração de Anne Hidalgo ter obtido quase 55% de votos a favor, poucos eleitores compareceram às urnas. Dos estimados 1 milhão de residentes que poderiam opinar, somente 77 mil participaram do referendo.
A nova legislação deve entrar em vigor em setembro, após ser analisada pelo Conselho Municipal, em maio, quando provavelmente será aprovada, já que a casa tem maioria dos Partidos Socialista e Verde, aliados de Hidalgo.
A partir daí, então, veículos movidos a gasolina ou a diesel e híbridos, com mais de 1,6 tonelada, e elétricos, com peso superior a 2 toneladas, arão a pagar €18, cerca de R$ 96, por hora, para estacionar na área central de Paris, e €12, R$ 64, nos arredores da capital.
O custo das horas adicionais aumenta ainda mais. Por seis horas chegará a mais de R$ 1 mil, enquanto que para um carro “normal” será de aproximadamente R$ 400.
Entretanto, a lei isenta os moradores de Paris dos novos preços, assim como táxis e veículos comerciais, assim como pessoas com necessidades especiais que utilizam carros maiores. Com isso, parece que o objetivo é mesmo desestimular turistas e visitantes de outros locais a trafegarem na capital sa com SUVs.
Em nota, a prefeitura de Paris mencionou o “o aumento exponencial dos SUVs que, representam agora 40% das vendas de veículos” e os “numerosos problemas que eles criam para o ambiente, a segurança e a partilha equitativa do espaço público”.
Sob a gestão de Hidalgo, que priorizou pedestres e ciclistas em Paris, foram construídos 84 km de ciclovias desde 2020, e de acordo com dados divulgados pela prefeitura, houve um aumento de 71% no uso de bicicletas entre o final da pandemia e 2023.
“Estamos orgulhosos de ter colocado uma questão eminentemente ambiental num momento em que o meio ambiente é apresentado como a fonte de todos os males”, ressaltou Hidalgo. “É uma forma de resistência aqui em Paris a este movimento tão preocupante”.
*Com informações da Agência de Notícias Reuters, The New York Times e CNN International
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Foto de abertura: Omar Roque on Unsplash
