Por Pedro Lacerda*
A Polícia Federal (PF) divulgou, em 14/3, o resultado do primeiro mês de operação contra garimpeiros ilegais na Terra Indígena Yanomami, localizada nos estados de Roraima e do Amazonas.
No período, foram apreendidos ou inutilizados 84 balsas ou embarcações, duas aeronaves, 172 geradores de energia, 11,4 mil litros de combustível, além de maquinários para extração de minério, motoserras, mercúrio e uma tonelada de mantimentos dos garimpeiros ilegais.
Também foram destruídos 200 acampamentos, com armas e munições, e apreendidas 27 toneladas do minério cassiterita.
Os dados contabilizados reúnem informações das ações conjuntas do Ibama, da PF, da Força Nacional de Segurança Pública, da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas).
De acordo com Humberto Freire, diretor de Meio Ambiente e Amazônia (DAMAZ) da PF, a operação demonstra que a proteção da Floresta Amazônica será uma das prioridades da Polícia Federal e do estado brasileiro.
“Estamos atentos às expectativas que a sociedade brasileira e o mundo têm em relação aos temas relacionados à Amazônia e ao meio ambiente de maneira geral, e atuaremos de forma a garantir os direitos das populações afetadas, enfrentando a criminalidade organizada com o objetivo de alcançarmos todos os elos da cadeia criminosa da mineração ilegal”.
A Terra Indígena Yanomami está em estado de emergência de saúde pública desde 20 de janeiro em razão do cenário de desassistência sanitária das comunidades que vivem no território.
A medida foi tomada depois que equipes do Ministério da Saúde encontrarem crianças e idosos em estado grave, com desnutrição severa, além de muitos casos de malária e infecção respiratória aguda (IRA).
NOTA DO CONEXAO PLANETA: Assim que tomou conhecimento da crise humanitária vivida pelos Yanomami, por meio de fotografias feitas pelos próprios agentes de saúde, o presidente Lula viajou à Boa Vista acompanhado por diversos ministros – Sonia Guajajara, dos povos indígenas, Nísia Trindade, da Saúde, Flávio Dino, da Justiça, Silvio Almeida, dos Direitos Humanos, Wellington Dias, do Desenvolvimento Social e José Múcio, da Defesa -, além de Joenia Wapichana, presidente da Funai, e Weibe Tapeba, secretário de saúde indígena.
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*Este texto foi publicado originalmente no site da Agência Brasil em 14/3/2023
Foto (destaque): Ibama/divulgação