
eios de barco e a prática de esportes aquáticos – como stand-up paddle, caiaque, surf de tow-in e mergulho – são algumas das atividades que podem ser liberadas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) no Refúgio de Vida Silvestre (REVIS) da Ilha dos Lobos.
Esta é uma unidade de conservação federal de proteção integral, localizada na costa do município de Torres, no Rio Grande do Sul. Sua área protegida abrange a superfície rochosa da única ilha marinha gaúcha e os 500 metros das águas ao seu redor, totalizando 144 hectares.
A medida acaba de ser anunciada pelo ICMBio, após sete anos de suspensão de atividades turísticas, por considerar que, agora, o local está pronto para receber visitantes novamente. O objetivo é promover o turismo ecológico, mas com regras rígidas para garantir a proteção dos animais marinhos.
Tempo de análise e recuperação
Até 2018, não havia regras específicas e qualquer embarcação se aproximavam da ilha, sem restrições. Foi então que o ICMBio determinou a necessidade de autorização prévia para frequentar o local e mais ninguém se interessou em visitá-lo. Sorte dos animais que lá vivem!
A implementação da medida foi necessária para que o órgão pudesse avaliar os impactos do turismo na fauna para poder estruturar um plano de manejo (aprovado em 2023) e um plano de uso público (finalizado em dezembro de 2024).
Lembremos que, nesse período, o planeta ou pela pandemia da covid-19, que confinou os humanos às suas casas e contribuiu para a regeneração da natureza em diversos locais.

Agora, os interessados podem (voltar a) apreciar a biodiversidade da REVIS da Ilha dos Lobos, que inclui, além de paisagens belíssimas, é povoada por animais como lobos, leões e elefantes-marinhos, baleias-francas, focas e golfinhos e diversas espécies de aves.


eios autorizados
Com as novas regras para visitas à Ilha dos Lobos, estão permitidos os seguintes eios: comercial, realizado por embarcações credenciadas, que venderão pacotes turísticos; e particular, realizado por proprietários de lanchas e botes, mediante agendamento gratuito.
Mas, de acordo com Juliano Rodrigues Oliveira, chefe do REVIS da Ilha dos Lobos, “as autorizações podem ser revogadas se as regras não forem cumpridas ou se o monitoramento sinalizar possíveis impactos ambientais”.
Mais: o ICMBio também vai regulamentar atividades como caiaque e stand-up paddle, que podem ser liberadas ainda no primeiro semestre deste ano.
A liberação do mergulho e do surf de tow-in, demandas antigas dos surfistas locais, ainda depende de estudos para avaliação de seu impacto nos animais.
Entre outras normas, o ICMBio ainda vai definir a quantidade diária de eios permitida e a distância mínima a ser respeitada, e divulgá-las em seu site, nas redes sociais e por meio da imprensa.
A riqueza natural da Ilha dos Lobos
Mamíferos aquáticos como lobos (Arctocephalus australis), leões (Otaria flavescens) e elefantes-marinhos (Mirounga angustirostris), além de focas e golfinhos, são frequentadores assíduos da Ilha dos Lobos.
Lobos e leões-marinhos partem principalmente do Uruguai e da Argentina rumo ao Brasil, aproveitando a corrente marítima das Malvinas, com suas águas frias. Chegam em grande número, em especial nos meses de julho, agosto, setembro e outubro, quando retornam para suas colônias reprodutivas.

O REVIS da Ilha dos Lobos ainda tem a felicidade de estar na rota de agem de outro grupo de mamíferos aquáticos: os cetáceos.
Por isso, o avistamento de baleias-francas – que chegam com seus filhotes no período de inverno -, de baleias jubarte – que am pela Ilha dos Lobos em direção do nordeste do país para a temporada de reprodução – e dos golfinhos-nariz-de-garrafa – que buscam cardumes de tainha, principalmente – são grandes atrações para os visitantes.

Mas a riqueza natural do REVIS de Torres vai além da fauna. O local é testemunho geológico reconhecido como o primeiro geossítio marinho da América Latina, com relevância nacional no Geoparque Caminhos dos Cânions do Sul, chancelado pela UNESCO em 2022.
De acordo com o ICMBio, a diversidade geológica da Ilha dos Lobos é “herança de processos tectônicos e erosivos e resulta em uma geomorfologia única no sul do Brasil, que propicia a formação de ondas grandes do tipo mergulhante (ondas cujas cristas se curvam e quebram sobre sua base), sob condições oceânicas específicas com potencial de formação de ondas gigantes para a prática do surf de tow-in”.

Foto: Paulo Torres / ICMBio
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Foto (destaque): Paulo Torres / ICMBio
Com informações do ICMBio