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Sem humanos por perto, animais se ‘reapropriam’ de seu habitat no Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro

Sem humanos por perto, animais se 'reapropriam' de seu habitat na Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro

Considerado a maior floresta urbana do mundo, o Parque Nacional da Tijuca se estende por uma área de quase 40 km2. É um importante fragmento da Mata Atlântica, bem no meio da capital do Rio do Janeiro.

Fechado à visitação pública desde o dia 17 de março para evitar a proliferação do novo coronavírus, o parque ficou “vazio”… de seres humanos!

Sem a circulação de pessoas e veículos e a poluição sonora provocada pelos mesmos, os habitantes locais começaram a retomar seus antigos espaços.

Sem humanos por perto, animais se 'reapropriam' de seu habitat na Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro

Segundo relatos dos funcionários do parque, que continuam trabalhando, os animais estão fazendo uma “farra”. Cutias, jabutis-tinga, saracuras do brejo, quatis, esquilos e macacos prego têm sido observados andando mais livremente e em locais, até então, poucos explorados por eles.

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De acordo com a equipe, “vários representantes dessas espécies, todas nativas, foram vistos em estradas e pontos turísticos que, antes do isolamento social, ficavam lotados, mas de visitantes humanos”.

“A fauna do parque se sente menos ameaçada com a ausência de pessoas e de barulho, que costuma ser provocado pela atividade humana. As cutias e saracuras, por exemplo, são mais tímidas e difíceis de visualizar andando calmamente”, afirma Katyucha Von Kossel, bióloga do ICMBio.

Ela explica ainda que, quando o parque está aberto, esses animais restringem sua circulação para o início da manhã ou a noite, quando não há humanos na área. Agora, por causa da pandemia da COVID-19 e a ordem de isolamento social, os bichos se sentem mais seguros em outros horários do dia.

Sem humanos por perto, animais se 'reapropriam' de seu habitat na Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro

Esquilo no setor Floresta (onde fica o Pico da Tijuca, na Zona Norte do Rio)

As imagens foram feitas em caminhos a trilhas famosas, que normalmente – com o parque aberto -, têm muito movimento, como a Estrada da Cascatinha, que dá o para a trilha do Pico da Tijuca (ponto mais alto do parque e o segundo mais alto da cidade do Rio de Janeiro); a Estrada das Paineiras, que vai até o Corcovado, onde fica o Cristo Redentor, e o Parque Lage, um dos pontos turísticos mais frequentados da capital.

Sem humanos por perto, animais se 'reapropriam' de seu habitat na Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro

Macacos prego no Parque Lage

O mesmo fenômeno, da maior e mais livre circulação de animais por parques e até, cidades, foi registrado em diversos lugares do mundo, que também impam um período de quarentena.

Mostramos em outras reportagens, por exemplo, como os ursos estavam “fazendo a festa” em parques fechados dos Estados Unidos e como Cisnes e peixes voltaram aos canais de Veneza, patos à Roma e golfinhos à Sardenha, com a quarentena do coronavírus na Itália.

Mas a reapropriação da vida selvagem por seu habitat original deve ser temporária, já que quando a pandemia acabar, o homem voltará a ocupar esses espaços. Todavia, é importante seguir a recomendação dos especialistas, para que a interação entre animais e pessoas seja o mais harmônica e pacífica possível.

“Quando o Parque da Tijuca for reaberto, os visitantes precisam se lembrar que o limite de velocidade de circulação nas estradas que o cortam é de 30 km/h e que os bichos não devem ser alimentados nunca. O retorno à rotina pré-isolamento social vai fazer com que os animais se afastem novamente dos pontos onde foram observados. Porém, o contato com as pessoas eventualmente vai acontecer. Então, é importante que todos saibam como agir, respeitando regras que visam a boa experiência de visitação e a preservação da fauna e da flora do parque”, ressalta André Mello, chefe do Parque Nacional da Tijuca.

Uma família de quatis

Em 2019, o Parque Nacional da Tijuca teve, em média, cerca de 8 mil visitantes por dia entre os meses de março e abril.

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Fotos: Parque Nacional da Tijuca/Divulgação

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Angélica
5 anos atrás

Eles se sentem seguros para sair, aqui onde moro não foi diferente! E o planeta esta bem mais recuperado, um respiro para ele.

Ana maria Agra
2 anos atrás

Eles merecem sair, a gente atrapalha a vida deles. Acho que eles sentiram felizes de não nos ver por perto.
Isso é maravilhoso. A gente mata, sequestra e vende.

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