
Uma nova tecnologia está sendo empregada por autoridades dos Estados Unidos para identificar peixes comercializados ilegalmente. Similar aos testes que ficamos tão acostumados a ver e usar durante a pandemia da covid-19, com o método PCR (reação em cadeia da polimerase em tempo real), o equipamento revela marcadores genéticos exclusivos para detectar várias espécies de peixes.
Os testes foram desenvolvidos por pesquisadores da Universidade Internacional da Flórida e em vez de amostras de saliva, como acontecia com a covid, são analisados pequenos pedaços da carne dos peixes. Depois que elas são adicionadas ao dispositivo, os marcadores genéticos produzem uma reação química específica dependendo da espécie de peixe que está sendo testada.
Com a tecnologia inovadora já é possível identificar mais de 100 espécies de peixes, entre elas, de atuns, tubarões e enguias – e mais devem ser adicionadas no futuro.
“A ideia é disponibilizar essa tecnologia a todos para que se torne rotina a realização de testes genéticos em campo. Assim, ela se tornará parte regular do e probatório na aplicação da lei”, diz Diego Cardeñosa, pesquisador principal do projeto.
Em uma fase piloto para a avaliação da eficácia do equipamento, os testes foram utilizados por equipes do Escritório de Aplicação da Lei de Pesca da istração Atmosférica e Oceânica dos Estados Unidos (NOAA) em portos de entrada do país, que com eles, conseguiram apreender mais de 40 toneladas de pescados, originárias da Ásia e da América do Sul, que tinham sido capturados ilegalmente, o comércio é proibido ou fazem parte das listas da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Extinção.
“Em última análise, queremos facilitar o comércio sustentável e legal, mas, ao mesmo tempo, acabar com o comércio ilegal”, ressalta Bryan Landry, agente do Escritório de Aplicação da Lei de Pesca da NOAA. “Esta nova tecnologia nos ajudará a fazer isso com mais eficiência.”

identificar a espécie
Foto: NOAA Fisheries
Até agora, amostras de pescados precisavam ser enviadas para laboratórios e os resultados dos testes muitas vezes demoravam semanas para ficarem prontos. Muitas espécies não são facilmente identificadas.
A expectativa é que os testes comecem a ser usados nos próximos meses em outros portos dos Estados Unidos.

Foto: divulgação NOAA Fisheries
*Com informações e entrevistas contidas no texto de divulgação da NOAA Fisheries
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Foto de abertura: pixabay/creative commons