
Se já não nos enchesse de orgulho descobrir que três projetos de conservação brasileiros estão entre os nove finalistas de um prêmio internacional, nos dá ainda maior prazer noticiar que todos eles são liderados por mulheres – biólogas, pesquisadoras e referências na sua área de expertise! Estamos falando de Yara Barros, do Projeto Onças do Iguaçu, Patrícia Medici, da Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira, e Helena Aguiar-Silva, do Projeto Harpia.
Os projetos liderados pelas três brasileiras estão concorrendo ao Prêmio Beauval Nature 2024, idealizado pela Associação Beauval Nature, do ZooParc de Beauval, na França, que nesta edição tem como tema “Mulheres em Destaque”. Todos eles são apoiados financeiramente pela entidade.
A ideia da premiação é reconhecer e homenagear o impacto das mulheres na conservação de espécies ameaçadas.
E você pode escolher o seu projeto favorito! Até 3 de novembro, os internautas poderão votar nas iniciativas e doarão, sem custo nenhum, 1 euro para elas!
Mulheres inspiradoras
Saiba mais abaixo sobre cada um dos projetos, segundo descrição do Beauval Nature 2024, e suas lideranças femininas:
Projeto Onças do Iguaçu – Yara Barros
O Projeto Onças do Iguaçu (Instituto Pró-Carnívoros) pesquisa e protege as populações de onças-pintadas no Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná. Além disso, também trabalha para promover a convivência entre esses felinos e a população humana, limitando os ataques desses predadores ao gado ou aos animais domésticos (cercas, dispositivos de luz e som, treinamento em boas práticas).

A onça-pintada é o maior felino das Américas
Foto: Emílio White
Após seu doutorado em zoologia, Yara Barros trabalhou em instituições públicas, zoológicos e ONGs. Desde 2018 é coordenadora executiva do Onças do Iguaçu e participa de diversas missões de campo. Yara também coordena o Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Grandes Felinos no Brasil e é membro da Comissão de Sobrevivência de Espécies da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), especializada em planejamento de conservação no Brasil.

Yara durante trabalho de campo
Foto: Emílio White
Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta – Patrícia Medici
A Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta, programa do IPÊ -Instituto de Pesquisas Ecológicas, estuda a distribuição das antas e identifica as áreas de maior risco em quatro regiões do país. Os movimentos das antas são rastreados por meio de armadilhas fotográficas e coleiras GPS. Quando uma área apresenta alto risco de acidentes rodoviários, a ONG trabalha com as autoridades para instalar sinais de alerta ou outras medidas preventivas.

A anta é uma importante dispersora de sementes
Foto: © Victor Hugo Sanches / Instituto de Pesquisas Ecológicas
Apaixonada pela biodiversidade brasileira, Patrícia Medici fez curso universitário em Ecologia, Manejo e Conservação da Vida Selvagem, seguido de doutorado. Ela ajudou a fundar o Instituto de Pesquisas Ecológicas, hoje considerado uma das principais ONGs ambientais do Brasil, e coordena o programa de conservação dedicado às antas. Patrícia recebeu diversos prêmios ao longo de sua carreira e também é presidente da Comissão de Sobrevivência de Espécies da IUCN, especializada em antas.

Patrícia alimentando um filhote de anta
Foto: Marina Klink
Projeto Harpia – Helena Aguiar-Silva
O Projeto Harpia, programa do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), monitora populações selvagens de harpias, em particular ninhadas e casais reprodutores. O desenvolvimento dos filhotes no ninho é monitorado por observação direta com binóculos ou armadilhas fotográficas, até que possam ser equipados com transmissor GPS. Isto permite que as equipes do INPA rastreiem os movimentos dos jovens após terem partido do ninho.

A harpia também chamada de gavião-real, uiraçu ou gavião-pega-nenê, é maior ave de rapina do Brasil
Foto: © Projeto Harpia / João Marcos Rosa
Helena Aguiar-Silva é apaixonada por ecologia e conservação da natureza. Há 20 anos, a bióloga com doutorado em Ecologia estuda aves de rapina, em especial harpias selvagens. Helena é uma das pesquisadoras mais envolvidas no projeto de conservação de harpias do INPA. Também faz questão de investir na sensibilização para a conservação dessas aves: desenvolvimento de ferramentas educativas, animação, apresentações em eventos locais e internacionais, etc.

Helena fazendo o monitoramento de harpias na floresta
Foto: © Projeto Harpia / Olivier Jaudoin
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Parabens a todas essas mulheres lutadoras pela conservaçao das espécies animais em extinção, que não medem esforços e continuam na luta. Em especial Yara de Melo Barros.