
Justamente enquanto acontece a Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica, a COP26, em Cali, na Colômbia, a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) divulgou nesta segunda-feira (28/10) o primeiro levantamento global sobre as árvores do planeta. E as notícias não são boas!
Segundo o Global Tree Assessment, 16 mil espécies de árvores, ou seja, 38% daquelas conhecidas no planeta estão ameaçadas de extinção: mais de uma em cada três delas correm algum risco. Com isso, as árvores agora representam mais de um quarto das espécies na Lista Vermelha da IUCN e esse número é mais do que o dobro do número de todas as aves, mamíferos, répteis e anfíbios ameaçados juntos.
Mais de mil especialistas, em 192 países analisaram dados sobre cerca de 47 mil espécies de árvores, das 58 mil que se estima existirem no mundo. Entre as principais ameaças a elas estão a indústria madeireira, a derrubada para a expansão urbana e agropecuária e as mudanças climáticas.
“As árvores são essenciais para sustentar a vida na Terra por meio de seu papel vital nos ecossistemas, e milhões de pessoas dependem delas para suas vidas e meios de subsistência”, alerta Grethel Aguilar, diretora geral da IUCN.
De acordo com o levantamento, a grande maioria das árvores ameaçadas é encontrada em ilhas, como Fiji e Madagascar, que além das ameaças citadas acima, são impactadas também pela presença de espécies invasoras, pragas e doenças.
Já na América do Sul, que abriga a maior diversidade de árvores do planeta, 3.356 das 13.668 espécies avaliadas estão em risco de extinção. Na Colômbia, por exemplo, onde ocorre a COP16, sete espécies de magnólias foram classificadas como “ameaçadas e criticamente ameaçadas”, e com isso, cinco novas áreas-chave de biodiversidade deverão ser designadas pelo governo local para sua conservação.
Eimear Nic Lughadha, líder sênior de pesquisa em avaliação e análise de conservação do Royal Botanic Gardens, Kew, do Reino Unido, ressalta que, embora a proporção de espécies de árvores relatadas como ameaçadas na América do Sul seja menor (25%), ela certamente aumentará, porque muitas ainda nem foram descritas pela ciência e, espécies de árvores novas para a ciência, têm mais probabilidade de estar ameaçadas de extinção.
“A importância dessa análise não pode ser exagerada, dada a importância das árvores para os ecossistemas e as pessoas. Esperamos que essa estatística assustadora de uma em cada três árvores ameaçadas de extinção incentive ações urgentes e seja usada para informar planos de conservação”, diz Lughadha.
De acordo com um outro estudo, divulgado em 2018, o Brasil tinha sete espécies de árvores em risco de extinção: o pau-brasil, a castanheira-do-brasil, o cedro-rosa, a braúna, a araucária, o mogno e o jequitibá-rosa.
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Foto de abertura: Marcos-Photographer / pixabay