
Recentemente contamos aqui no Conexão Planeta, nesta outra reportagem, sobre o nascimento de dois filhotes de onça-pintada do Cerrado no Refúgio Bem Viver, em Betim (MG). Os machos pertencem a essa subpopulação da espécie, considerada ameaçada de extinção.
No último dia 17 de maio, as oncinhas completaram um mês de vida e agora estão começando a se aventurar para fora do recinto. E a mãe, Serena, tem tido muito trabalho, porque fica o tempo todo atenta aos filhotes, mostrando todo seu cuidado e proteção, levando-os de volta para perto de si. Com frequência é possível ver a fêmea carregando um ou outro, com a boca (veja um desses flagrantes logo ao final desse texto).
“Eles estão iniciando a exploração do mundo, muito curiosos. Já a mãe está sempre vigilante e atenta, é uma mãezona, super cuidadora”, conta Felipe Esteves, fundador do Refúgio Bem Viver. “Quando chega o final do dia, no entardecer, os filhotes começam a se tornar mais ativos, saindo da toca.”
Cacique é o macho melânico, assim como o pai, com o pelo preto (indivíduos assim são raros na natureza, pois não possuem a pelagem tradicional, pintada, mas negra, por causa de uma variação genética responsável pelo aumento da produção de melanina, o que dá a seu corpo a tonalidade escura). Já o filhote pintado foi batizado de Inu, que significa onça na etnia dos indígenas Huni Kuin, do Acre.
O pai e a mãe de Cacique e Inu são onças que precisaram ser resgatadas da natureza. Infelizmente não podem retornar à vida selvagem, e por isso, viverão para sempre em cativeiro. Todavia, eles são muito importantes para o programa de reprodução ex-situ (fora do ambiental natural) das onças do Cerrado.
Os filhotes permanecerão ao lado de Serena por pelo menos seis meses e depois um deles deve ser encaminhado à outro instituição, que faça parte do Programa de Conservação Ex Situ da Onça-Pintada vinculado ao Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (CENAP/ICMBio).
Estima-se que restem menos de 1 mil onças-pintadas (Panthera onca) no Cerrado. Nos últimos 25 anos, acredita-se que houve uma redução de 25% desses felinos no bioma.
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Foto de abertura: Felipe Esteves /Refúgio Bem Viver